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Professora Afiliada e Chefe do Serviço de Oculoplástica e Vias Lacrimais do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo.
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Chefe da Seção de Oculoplástica do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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Cirurgião Plástico Colaborador do Serviço de Oculoplástica e Vias Lacrimais do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo.
O sistema ocular é complexo e muito delicado. Desta maneira, para realizar cirurgias nos olhos ou na região periocular, é preciso muita precisão e cuidado. A plástica ocular é uma subespecialidade da Oftalmologia que trata condições ou patologias que envolvem as pálpebras, tanto para fins funcionais quanto estéticos.
O oftalmologista especializado em Cirurgia Plástica Ocular é habilitado para realizar diversos procedimentos. Por conhecer muito bem as estruturas do olho e da órbita ocular, esse especialista realiza a cirurgia visando o resultado estético, assim como a preservação de estruturas nobres no olho, em prol de uma boa acuidade visual e conforto do paciente.
Esse especialista tem segurança para tratar várias doenças, tais como:
Cirurgia para retirada de calázio: O terçol é uma condição que atinge as pálpebras, causado em geral pela inflamação das glândulas de Meibomius, que produzem parte gordurosa do filme lacrimal. Em alguns casos ele evolui para o calázio, necessitando de tratamento cirúrgico.
Cirurgia para correção de entrópio ou ectrópio palpebral: Trata-se de um tratamento cirúrgico para corrigir uma condição em que as pálpebras deixam de proteger o olho, virando-se para dentro ou para fora.
Cirurgia reconstrutiva: Procedimento cirúrgico para reconstrução das pálpebras em casos de lesões traumáticas ou não e de tumores.
Cirurgia de ptose palpebral: Tratamento cirúrgico para corrigir uma condição em que as pálpebras superiores estão baixas, podendo cobrir o eixo visual; congênita ou adquirida.
Além disso, o oftalmologista especializado em plástica ocular é capacitado para aplicar técnicas modernas, que incluem a retirada das bolsas de gordura na parte inferior dos olhos sem cortes ou cicatrizes na pele e está preparado para atender qualquer problema que envolva as pálpebras e sistema lacrimal em recém-nascidos, crianças e adultos.
Em relação à cirurgia plástica geral e a oculoplástica, as duas especialidades são complementares, considerando que o cirurgião plástico tem durante sua formação o desenvolvimento de competências mais abrangente, ou seja, ele aprende técnicas para corrigir problemas e defeitos em todas as áreas do corpo. Caso resolva se dedicar com maior afinco a uma região, o cirurgião plástico passará a dominar melhor esse conhecimento.
Contudo, em ambas as especialidades, para se tornar um(a) cirurgião(ã) com um mínimo de conhecimento, é necessário o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes, nas quais esse profissional necessitará de anos de treinamento e aperfeiçoamento constantes; neste cenário, cabe citar uma célebre frase do professor Drucker: “o maior benefício de treinamento não vem de se aprender algo novo, mas de se fazer melhor aquilo que já fazemos bem”.
A tendência tem sido a troca de experiências entre as especialidades, com o subsequente aprimoramento de técnicas, ou seja, em vez de competirmos e criticarmos uns aos outros, nos aliarmos visando o melhor atendimento aos pacientes.
Técnicas de tratamento rejuvenescedor
Um olhar é capaz de transmitir sentimentos e aspectos da nossa personalidade. Entretanto, o envelhecimento provoca uma série de mudanças na região dos olhos, principalmente na chamada área orbitopalpebral, ou seja, nas pálpebras inferiores e superiores e ao redor da órbita ocular, que são facilmente percebidas.
Hoje, um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados por oculoplásticos e cirurgiões plásticos para rejuvenescimento facial é a blefaroplastia para fins estéticos ou funcionais (diminuir o peso das pálpebras e ampliar o campo visual), na qual retira-se o excesso de pele, assim como bolsas de gordura inferiores sem cicatrizes aparentes.
Mas nem sempre tirar pele e bolsas resolve. Às vezes, faz-se necessário exatamente o contrário: dar volume. Neste momento, o plástico ocular também deve dominar técnicas modernas para harmonização facial, utilizando seu conhecimento em preenchedores faciais e toxina botulínica.
Neste cenário, diversos produtos e aparelhos têm surgido para nos auxiliar no dia a dia, amenizando os efeitos do envelhecimento facial. Merece destaque o fato de que sempre devemos informar o paciente de que não temos o poder de reverter ou mesmo parar o Cronos natural do envelhecimento. Para aqueles que não o conhecem, Cronos na mitologia grega é o mais jovem dos titãs, filho de Urano e Gaia. É o grande deus do tempo, sobretudo quando este é visto em seu aspecto destrutivo, o tempo inexpugnável que rege os destinos e a tudo devora!
Então, como procedimentos ancilares, podemos citar o uso da toxina botulínica (para o tratamento das rugas dinâmicas da face), ácido hialurônico (para o tratamento das rugas estáticas e reposição de volume facial), os aparelhos de radiofrequência e os diferentes tipos de laser (para estimular o colágeno) que estão disponíveis em nosso mercado.
Benefícios do ácido hialurônico
A perda do volume facial é resultado do reposicionamento e redução da gordura no rosto, assim como do remodelamento ósseo, “murchando” as convexidades que dão a aparência jovial. Esse entendimento da perda do volume facial é fundamental para quebrar alguns paradigmas em relação aos procedimentos usados para rejuvenescimento facial. Hoje, o foco das técnicas é restaurar o contorno facial, dar volume e provocar o relaxamento muscular, assim como corrigir as áreas de sombra, incluindo a região das pálpebras e da órbita.
Existem diversos preenchedores faciais, dentre eles o mais próximo do “ideal atualmente é o ácido hialurônico. O ácido hialurônico (AH) é um produto que naturalmente está presente em nosso organismo, em diferentes órgãos e estruturas, inclusive na pele. É o responsável pelo volume, pela sustentação, pela hidratação e elasticidade da pele. Com o passar dos anos, ocorre a diminuição da concentração do AH na pele, contribuindo para o surgimento das rugas.
Quando confeccionado industrialmente, o AH possui ligações intercelulares mais estáveis (“crosslinking ) e pode durar até 18 meses. O ácido hialurônico é usado para preencher espaços entre as células e quando colocado nos sulcos do rosto dá volume a uma área deprimida, refletindo mais luminosidade no local tratado e, então, disfarçando olheiras e linhas de expressão. O AH é reabsorvível e biocompatível e, além disso, sua aplicação pode ser revertida com o uso da hialuronidase.
Seu uso está indicado para melhorar o viço da pele, suavizando as rugas e outras marcas da idade. Pode ser utilizado no contorno da face, dos lábios (contorno e volume), dos sulcos nasolabial e nasojugal (olheira), rugas faciais. Ainda serve para repor volume na face, mãos e algumas regiões corporais.
Como orientação aos colegas, é importante salientar o cuidado de não misturar diferentes tipos de produtos. Sempre perguntar ao paciente se ele(a) já fez alguma aplicação e, caso positivo, qual foi o produto utilizado e o local tratado. Com isso tentar não injetar o AH em uma área onde existe, por exemplo, um implante permanente, como é o caso do PMMA.
Como cada pessoa tem um organismo diferente do outro, a duração do resultado do preenchimento com o “MD Codes® pode variar de 8 a 18 meses. Depois, é preciso uma avaliação para um novo preenchimento; afinal, nunca paramos de envelhecer… e ainda bem, não é?
Fonte: Universo Visual